Cores e
suas características na Arquitetura 6º ano professor Ronnie Von
A cor é um fator de estímulo num ambiente e as
pessoas buscam estímulos o tempo todo. Para as pessoas sem deficiência visual,
cerca de 80% do que percebem é através da visão e a cor é um atributo
importante nesta relação.
A cor é um dos principais fatores determinantes da forma como nos relacionamos com nosso ambiente e o que ele nos transmite, tem influência na percepção da harmonia dos espaços e no bem estar do usuário. Podemos utilizá-la com diversos fins, para favorecer desempenho, relaxamento, atividade, etc. Nossa sensibilidade reage às cores de várias maneiras. São reações subjetivas e nossa subconsciência percebe mínimos detalhes que as vezes passam desapercebidos pelo consciente.
Além disso, a utilização de cores possui conseqüências que podem interferir e causar alterações na percepção dos usuários. Por exemplo: o uso de cores claras tende a fazer com que os espaços pareçam maiores e, as cores escuras, com que pareçam menores. Por isso, muitas vezes utilizamos cores claras em tetos para, além de auxiliar na reflexão de luz indireta, quando é o caso, aumentar a sensação do pé direito do ambiente. Superfícies pintadas com cores claras expandem, logo, parecem mais afastadas do observador. De forma inversa, o uso de cores escuras tende a diminuir os espaços, fazendo com que eles avancem em direção ao observador.
A escolha da cor a ser usada deve levar em consideração alguns fatores, são eles:
• Função do espaço: devemos tratar de forma diferente o espaço onde desejamos uma maior permanência e o local que é apenas de circulação, de passagem.
• Gosto pessoal do usuário: não podem ser ignoradas as preferências individuais no uso das cores, pois estará diretamente ligada à satisfação e bem estar do ocupante. Para evitar problemas, antes que o arquiteto inicie um projeto de interiores, o proprietário deve conversar e expor suas preferências.
• Qualidade da luz que estará incidindo sobre a cor: existem casos, onde a qualidade da luz parece superar questões relacionadas ao uso da cor, uma vez que, por exemplo, tanto um quarto pintado com uma cor quente, quanto um pintado com uma cor fria, podem ser igualmente aconchegantes, de acordo com a qualidade e quantidade de iluminação fornecidas.
Nesse sentido, cabe o estudo das cores á serem utilizadas nos ambientes, uma vez que existem diversos fatores, que conjugados irão interferir no dia-a-dia dos usuários.
A cor é um dos principais fatores determinantes da forma como nos relacionamos com nosso ambiente e o que ele nos transmite, tem influência na percepção da harmonia dos espaços e no bem estar do usuário. Podemos utilizá-la com diversos fins, para favorecer desempenho, relaxamento, atividade, etc. Nossa sensibilidade reage às cores de várias maneiras. São reações subjetivas e nossa subconsciência percebe mínimos detalhes que as vezes passam desapercebidos pelo consciente.
Além disso, a utilização de cores possui conseqüências que podem interferir e causar alterações na percepção dos usuários. Por exemplo: o uso de cores claras tende a fazer com que os espaços pareçam maiores e, as cores escuras, com que pareçam menores. Por isso, muitas vezes utilizamos cores claras em tetos para, além de auxiliar na reflexão de luz indireta, quando é o caso, aumentar a sensação do pé direito do ambiente. Superfícies pintadas com cores claras expandem, logo, parecem mais afastadas do observador. De forma inversa, o uso de cores escuras tende a diminuir os espaços, fazendo com que eles avancem em direção ao observador.
A escolha da cor a ser usada deve levar em consideração alguns fatores, são eles:
• Função do espaço: devemos tratar de forma diferente o espaço onde desejamos uma maior permanência e o local que é apenas de circulação, de passagem.
• Gosto pessoal do usuário: não podem ser ignoradas as preferências individuais no uso das cores, pois estará diretamente ligada à satisfação e bem estar do ocupante. Para evitar problemas, antes que o arquiteto inicie um projeto de interiores, o proprietário deve conversar e expor suas preferências.
• Qualidade da luz que estará incidindo sobre a cor: existem casos, onde a qualidade da luz parece superar questões relacionadas ao uso da cor, uma vez que, por exemplo, tanto um quarto pintado com uma cor quente, quanto um pintado com uma cor fria, podem ser igualmente aconchegantes, de acordo com a qualidade e quantidade de iluminação fornecidas.
Nesse sentido, cabe o estudo das cores á serem utilizadas nos ambientes, uma vez que existem diversos fatores, que conjugados irão interferir no dia-a-dia dos usuários.
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Oliveira de Panelas
Oliveira de Panelas é uma das expressões de maior representatividade na
cantoria nordestina na atualidade. O nome artístico é uma alusão ao município
de Panelas, no agreste meridional de Pernambuco, onde nasceu, a 24 de maio de
1946. A herança artística vem do pai e dos irmãos, que possuíam forte veia
poética, embora não tenham seguido a carreira.
Oliveira de Panelas é “cidadão
paraibano”, título conferido pela Assembléia Legislativa do Estado, devido à
sua rica contribuição à cultura local. Está desde a década de 70 na Paraíba.
Veio a convite de Otacílio Batista, para fazer dupla num programa da Rádio
Tabajara, e aqui permaneceu.
Oliveira de Panelas cantou dos 16
aos 25 anos no município de Garanhuns (PE). O convite do companheiro, com quem
fez dupla durante duas décadas, surgiu em São Paulo, onde Oliveira morou por
cinco anos, depois que saiu da cidade pernambucana.
Em quatro décadas de carreira, já
gravou diversos LPs e CDs entre parcerias, duplas e solos, a exemplo de Frei
Damião (96), Pe. Cícero (96), Amor Cósmico (95), Campeonato Brasileiro de Viola
(97), Cantoria Pé de Parede (97) e 1º Campeonato Nordestino da Viola (98),
Bardo Cantador (98) e Oliveira de Panelas – 40 anos de cantoria, da série
Grandes Repentistas (Selo Pequizeiro/2000). Escreveu vários livros, entre eles
O Comandante do Planeta Médio (77), “Poesia Liberdade”(79), Poemas Iluminados
(84), Poemas Alternativos – parceria com o poeta Zé de Souza, Na Cadência do
Martelo, Dois Poetas do Povo e da Viola – com Otacílio Batista, Poeta Gozador
(98). São também de autoria do fértil poeta de prosa e verso, as obras E Deus
me Fez Cantador (uma espécie de autobiografia), Reflexões Poéticas, O Viajor e
Caravaneiros da Luz.
Panelas
contabiliza a participação em centenas de festivais de viola por todo o país.
Conquistou o primeiro lugar na maioria deles. Já esteve em Portugal, Cuba e
Paris. Neste último, participou do 18º Salão Internacional do Livro e deixou os
franceses encantados com a sua arte, embora nesses países também existam
artistas do gênero. Afinal, a arte que veio de Portugal com os colonizadores,
tornou o nordeste brasileiro seu celeiro mais expressivo.
Sintonizado com o que acontece no
mundo, tendo a leitura e sobretudo os costumes e a oralidade como fonte de
informação, Oliveira de Panelas detém versatilidade e estilo inigualável. Nesse aspecto, vale destacar a
performance com o uso de atributos quase
teatrais carregados de gestos, recursos necessários para quem quer ser um bom
violeiro. O recurso que torna suas apresentações mais expressivas, segundo ele,
é o que falta na nova geração de repentistas. “Os novos são bons e até mais
informados. Falta apenas incrementar mais o gesto”, ensina.
Se o gesto é
importante na cantoria, ninguém melhor que Oliveira de Panelas para afirmar.
Contudo, a grandeza de sua arte se revela sobretudo na capacidade de
improvisação, pautada nos mais diversos temas: a religião, as causas sociais, a
política, o romantismo, a história, o cotidiano…Mas essa diversidade converge
para um ponto: o homem no planeta Terra. Preocupado com as ações humanas sobre
a herança divina, o violeiro reflete sobre “como seria o Éden se o homem não
atentasse apenas para a tecnologia das coisas”.
Entretanto, ao mesmo tempo em que questiona os disparates sociais e
existenciais, sua poesia busca inspiração no amor pela vida. “Talvez como forma
de descansar dessa realidade cruel que tortura o homem, num planeta que,
paradoxalmente, tem tudo de bom para toda a humanidade.”
TÍTULO: As técnicas teatrais em
sala de aula
RESUMO
Nesse artigo, discutimos a
influência das técnicas teatrais com exercícios práticos na colaboração do
desenvolvimento para a construção do conhecimento do sujeito em sala de aula.
Como a escola, uma instituição de ensino pode aproveitar tal ferramenta para
propiciar, tanto para aluno como professor, as técnicas teatrais como forma de
investigação do conhecimento. O teatro não só como forma de representação, mas
como forma de propiciar a aproximação do indivíduo com seu próprio eu e ao
mesmo tempo, descobrindo o corpo e a voz como elemento de comunicação além, de
exercitar a reflexão para um senso crítico de suas ações.
Palavras chaves: Educação, Teatro, Técnicas, Jogo, Estímulo
Introdução:
Desde o início da civilização, o
homem sempre teve a necessidade de agradar aos deuses, de forma a realizar
rituais com adereços, ornamentos, sons e movimentos que o auxiliassem no
contato espectral. O medo, o interesse, a necessidade, os faziam se educar com
seus ritos para agradar sua divindade.
De certa forma, o teatro sempre
teve uma função educativa desde a Grécia Antiga, berço das artes teatrais. A
produção cultural da sociedade grega foi o que determinou a formação da
mentalidade do Ocidente, influenciando diversos campos da vida do homem
ocidental. Nesse mesmo período percebe-se que, a partir da influência do
cristianismo e do domínio e ascensão de Roma o teatro passou a ser de domínio
da igreja, e as encenações de cunho religioso, serviam também, como forma de
educar seus fiéis.
Com o passar do tempo, esses
rituais tomaram diversas formas necessitando de técnicas e preparação para a
realização do culto ou de manifestação interior, os quais serviram depois de
inspiração para diversas obras da arte no mundo como um todo, onde poderíamos
citar, em outra vertente, mas não tão distante do teatro, o carnaval brasileiro
como forma de manifestação, e, se aprofundarmos o assunto, encontramos relações
íntimas das manifestações da sociedade grega com seu ritual dionisíaco e o
nosso carnaval.
Hoje, para uma sociedade desigual
focada apenas no consumismo capitalista que legitima a educação como aparelho
ideológico do estado, o teatro se tornou fruto do desenvolvimento e evolução da
sociedade industrial burguesa, presa às novas tecnologias de comunicação. Essa
sociedade industrial burguesa, em certa medida, recria o teatro e seu caráter
educacional relegando-o simplesmente à função de entretenimento. Para Magaldi
(1997) em seu Panorama do Teatro Brasileiro, afirma que “Ninguém, infelizmente,
nos ensinou a amar o teatro brasileiro. Enquanto, nas escolas, nos transmitem o
gosto pela poesia e pelo romance, nenhum estudo é feito da literatura
dramática” (p.12).
O objetivo desse artigo é
propiciar novas abordagens pedagógicas usando das técnicas teatrais dentro de
sala de aula, e neste ponto, reunimos alguns nomes importantes como Viola
Spolin, Michael Chekhov, Ingrid Koudela, entre outros, para colaborar na
construção do desenvolvimento com as particularidades do sujeito, ultrapassando
os interesses individuais, sobretudo, investir nas possibilidades de ruptura
com a estrutura excludente que tanto são discutidas na pedagogia
construtivista, tecendo novos laços entre saberes e fazeres dentro de sala de
aula, sem se isolar em território didático, mas como forma de transitar os
estímulos no contato, indicando novas maneiras solidários de compreensão e de
construção do conhecimento dentro de uma realidade escolar e social.
Se observarmos o caminho do
desenvolvimento dos alunos em sala de aula, nota-se que entre os zero e sete
anos, a criança tem apenas uma educação empírica, seja da família, da
comunidade que lhe rodeia e/ou até mesmo da religião, onde seus questionamentos
são apenas curiosidades da fase infantil para alimentar seu universo lúdico,
podendo nos surpreender com seu faz-de-conta. Em outra fase, não tão distante,
entre os sete e os quatorze anos, o lúdico vem preenchido das aventuras
ingênuas, sem compromisso, dando espaço para se firmar na personalidade, porém,
agora com os moldes da educação formal. Já entre os quatorze e os vinte e um
anos, o jovem entra em conflito para se firmar na sociedade. Seu universo é
composto agora, por um plano real, aventureiro, testando os limites sociais com
todas as mazelas que a adolescência permite.
As técnicas teatrais podem ser
aplicadas no desenvolvimento do aluno dentro de cada fase, de certa forma, para
situá-lo no caminho da sua formação e/ou transformação.
Há poucos lugares fora de suas
próprias brincadeiras onde uma criança pode contribuir para o mundo em que se
encontra, pois é dominada pelos adultos que lhes impõe as regras sociais.
Tratar as crianças como iguais não significa que devem ser tratadas como
adultas, apenas entendê-las como criança e respeitá-las como seres em
desenvolvimento. Já na adolescência, o jovem esbarra em certa conduta regrada,
com alterações diversas em diversos níveis, como o físico, o mental e até o
social. Para Spolin (2008), “A oficina teatral pode conceder liberdade pessoal
e igualdade. [...] ele se torna livre para desenvolver seu humanismo e para
relacionar com os que o cercam.” (p.251). Essas mudanças contribuem para uma
nova construção de conhecimento para sua formação, são essas mudanças que
propiciarão a base para a próxima fase que lhes espera.
A utilização de técnicas teatrais
na escola
A palavra drama vem do grego,
significando ação. No dicionário o significado se transforma em gênero teatral
sendo um meio termo entre tragédia e comédia. Para Desgranges em seu artigo
“Abrem-se as cortinas” publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional,
nº 57, ano 5 – Junho 2010 há três métodos de ensino de teatro no Brasil
baseados no improviso: O Drama propriamente dito, o Jogo Dramático e o Jogo
Teatral, sendo este último concebido pela educadora americana Violam Spolin e o
mais usado entre professores e diretores iniciantes.
Se pensarmos as fases de
desenvolvimento dos alunos em sala de aula dos zero e sete anos, podemos partir
da idéia construtivista de que todo indivíduo é capaz de aprender alguma coisa
com seu ambiente. Aquele que deseja é capaz de aprender e ter valor naquilo que
se propõe. No teatro não é diferente. Se o indivíduo permitir, o ambiente pode
lhe ensinar tudo. Talento ou a falta de, não tem influência nessa questão.
O teatro de fantoche pode ser um
grande aliado à iniciação teatral podendo despertar o poder imaginativo e
criativo da criança. O fantoche pode ser usado pelos professores para
apresentar propostas aos alunos quanto usar os próprios alunos a desenvolverem
suas histórias. O teatro de fantoche é uma forma de relaxar, estimular e
desenvolver atitudes positivas e socializar crianças inibidas, tímidas, pois
elas próprias podem confeccionar e contar as histórias da qual se identificam
oferecendo oportunidade e enriquecendo sua capacidade de expressão e de
integração ao seu ambiente.
Mas é necessário criar um
ambiente apropriado como uma mini-fábrica de brinquedos artesanais ou usar o
espaço da brinquedoteca para o ensinamento da confecção e manipulação dos
fantoches, para que deles se alcance retirar tudo o que podem da imaginação,
conforme afirma Cabicieri e Silva (2010)
Um dos principais elementos a ser
alcançado é o poder de imaginação, que, tirando a criança do seu ambiente, lhe
permite viver, por alguns momentos no mundo mágico do faz-de-conta: ela
imagina, recria e interpreta histórias, fatos e situações.
Conforme Spolin (2008), a
potencialidade de um sujeito em sala de aula pode ser evocada quando há o
aumento da experienciação em todos os níveis, incluindo o intelectual, o físico
e o intuitivo, sendo este último o mais importante para a aprendizagem, porém,
é o mais negligenciado por acharem que é algo para privilegiados.
Neste sentido, é neste momento
que a pessoa está livre e aberta para aprender, pois o intuitivo é espontâneo,
imediato, e no momento que estamos livres nos inter-relacionamos com o mundo a
nossa volta que está em constante transformação. Com essa realidade envolvida,
todas as partes do corpo estão em conformidade de forma orgânica, despertando a
descoberta, a experiência e a expressão criativa. Para a criança até os sete
anos, esse momento é ideal para sua improvisação criativa em seu universo
lúdico. Neste contexto, devemos reconsiderar o que é talento:
[...] às vezes em momentos como
este, precipitados por uma crise, perigo ou choque, a pessoa tida como “normal”
transcende os limites daquilo que é familiar, corajosamente entra na área do
desconhecido e libera por alguns minutos o gênio que tem dentro de si. (Spolin,
2008 p.3)
O uso de uma especialista no jogo
teatral - Viola Spolin - nos faz compreender o uso das técnicas teatrais em
sala de aula através de conceitos emancipatórios e ao mesmo tempo cognitivos.
A dança e o lúdico
O nascimento da dança nas sociedades
primitivas vem de uma manifestação coletiva, construída no âmbito da cultura
popular, a qual, ao longo da história, foi absorvendo novos sentidos e
significados. Desde a época em que ocupava os salões das cortes, observa-se um
processo gradativo de separação das classes mais pobres às mais abastadas.
A dança era concebida como uma forma de
divertimento da aristocracia, em que, muitas vezes alguns elementos visavam à
afirmação do poder do grupo dominante e seu prestígio em detrimento das classes
menos abastadas. Porém, isto não afastou a população em geral da prática de
dançar e até hoje se observa uma constante inter-relação compreendida em um
processo de circularidade cultural.
A partir de passos, movimentos e gestos,
foram sendo criadas diversas danças populares, de acordo com o ambiente no qual
eram geradas, tendo como base as situações político-econômicas de cada
realidade sociocultural.
A dança se move de acordo com o tempo e
espaço, desde os tempos imemoriais e, ao longo da história, vem sofrendo
modificações, especialmente quando incluída nos diversos contextos sociais,
como no escolar ou no âmbito do lazer.
Segundo Sarto e Marcellino (2006), a dança
é uma das manifestações humanas que mais engloba componentes lúdicos da cultura
e, a não ser para o dançarino profissional, a prática de dançar fundamenta-se
essencialmente no lazer.
Matvéiev (1986) ressaltou que o prazer e a
espontaneidade são elementos importantes no que tange ao desenvolvimento da
parte técnica, porém, torna-se importante que todos os recursos didático e
pedagógicos sejam explorados, inclusive com a inserção do elemento lúdico, o
qual, pode ser um excelente coadjuvante no processo motivacional, pelas
qualidades inerentes à sua característica.
Numa tentativa de definição dos
significados do lúdico, Feijó (1992) acredita que o lúdico é como uma
necessidade básica da personalidade do ser humano, além de fazer parte das
atividades essenciais da dinâmica.
Campos (1986), discorre que o elemento
lúdico pode ser uma ligação no sentido de facilitar a aprendizagem, relacionando
a utilização desse elemento lúdico como um agente motivacional de qualquer tipo
de aula.
Para Camargo (1998), a diversão e o lúdico
podem acontecer em qualquer momento do cotidiano dos indivíduos, seja nas horas
de trabalho ou nos momentos de atividades apenas corriqueiras. Portanto, a
atividade permeada por elementos lúdicos pode causar liberdade de ação,
proporcionar prazer, ser uma fonte de aprendizado, comunicação, criatividade,
entre outros, sem necessariamente ter um compromisso com a realidade.
Marcellino (1990) vê uma possibilidade de
passagem de níveis menos elaborados, para os mais complexos, com a utilização
de aspectos lúdicos e reconhece, nestes elementos, um meio propiciador do
espírito crítico, seja na prática ou na observação. Porém, este mesmo autor
ainda busca compreender os significados efetivos deste fenômeno, visto o seu
caráter abrangente, resultando em uma grande abertura de discussões acerca de
seu significado e de sua caracterização, que acaba por se associar a uma infinidade
de manifestações culturais construídas ao longo de gerações.
A importância das atividades lúdicas tem
sido reconhecida por muitos na esfera educacional, como instrumento para o
desenvolvimento em níveis físico, emocional, social e intelectual, inserindo,
neste conceito, o sentimento, a emoção e a imaginação do indivíduo.
Segundo Almeida (1998), a educação lúdica
na formação global do indivíduo, pode vir a favorecer relações reflexivas,
criadoras, inteligentes e socializadoras, tornando o ato de educar em um
compromisso consciente, permeado pelo prazer e pela satisfação individual.
Para Santos e Kocian (2006), o lúdico é
educativo e apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana,
sendo que, na idade infantil e na adolescência, a finalidade é essencialmente
pedagógica.
Freire e Schwartz (2006) ressaltam que o
elemento lúdico associado a aspectos afetivos contribui para a aquisição de
habilidades específicas, privilegiando não só a construção do conhecimento
motor e técnico, mas uma dimensão mais afetiva, criativa e humana. Além disso, o lúdico é capaz de ampliar a
gama de possibilidades pedagógicas, ao criar uma diversidade de ações motoras
básicas motivadas pela satisfação das expectativas e pelo respeito às limitações
e potencialidades. (FREIRE; SCHWARTZ, 2005)
Por ser a dança uma das mais antigas formas
de arte, onde se expressam emoções por meio de gestos e movimentos
significativos, os movimentos corporais possibilitam às pessoas se comunicarem,
aprenderem, sentirem o mundo e se fazerem percebidas, transcendendo, assim, o
poder das palavras.
À dança pode-se associar também um caráter
inclusivo, ao trazer uma bagagem que possibilita uma forma de inserir o
individuo na sociedade, criando possibilidades de transformá-lo em pessoa e a
pessoa em cidadão, expressando a intensidade dos seus sentimentos e emoções.
Assim, a dança é capaz de desenvolver no indivíduo aspectos sociais, cognitivos
e motores, associados à sensações de prazer, o que justifica o interesse, neste
estudo, em relação à importância de se associar as linguagens artísticas,
estética e, especificamente, as lúdicas.
Neste segmento, constata-se que cada grupo
possui um intuito ao ato de dançar e este pode apresentar diferentes
significados para quem o executa, como, a busca pela qualidade de vida, pela
expressão de sentimentos, a auto-superação, a necessidade de satisfação, o que
revigora a tese de que a inserção de atividades lúdicas no contexto da dança
pode favorecer o aprimoramento desses aspectos, quando vivenciados, tanto no
âmbito formal da educação, em cursos de formação, quanto no âmbito do lazer.
Este último, por sua vez, assume diversos aspectos sazonais e dinâmicos,
decorrentes de diferentes épocas e situações (CAPARROZ, 2008).
O lazer, se faz abrangente, repleto de
significados e significâncias. Este tema abre um leque de assuntos recorrentes
ao nosso tempo total, tempo de trabalho, necessidades básicas vitais,
obrigações sociais, tempo livre, atividades recreativas e, também as lúdicas.
As atividades físicas, esportivas e de
lazer são potencializadoras de experiências capazes de oportunizar o encontro
do ser humano consigo e com seu próximo de forma sensível, espontânea e lúdica,
o que é de inegável importância para os indivíduos que têm como objetivo fugir
de suas rotinas diárias ou se livrarem do estresse que o seu cotidiano de
trabalho proporciona (GASPARI; SCHWARTZ, 2007)
Se um dos conteúdos culturais do lazer é o
físico-esportivo, as atividades em academias (e também a dança) podem ser
tomadas como veículos de difusão de novos olhares sobre as peculiaridades deste
conteúdo (MARCELLINO, 2002).
Sob o aspecto do conteúdo artístico do
lazer, a dança está amplamente inserida, posto que busca expressar um desejo,
uma necessidade e representando um dos meios de expressão mais acessíveis às
diversas classes sociais e às diferentes cidades. Para quem a vivencia, é um
dos grandes prazeres que se pode desfrutar, principalmente para aquele que
atinge sensações de alegria, poder, euforia e, principalmente, quando se atinge
a superação dos limites do movimento, o que pode ser exemplificado pela
atividade proposta neste estudo.
Com o objetivo de se atingir padrões
estéticos de movimento, graciosidade e leveza, o ballet clássico envolve um
trabalho árduo para o desenvolvimento técnico, requerendo diversas habilidades
e capacidades físicas. Assim, Lawson (1984), ressaltou que com uma rigorosa
disciplina, os movimentos podem perder em espontaneidade em favor da técnica e
salienta a necessidade de se reconhecer o bailarino como um ser humano, antes
de tudo.
O referido autor reconhece a importância da
técnica como uma possibilidade de favorecer a liberdade dos movimentos
corporais, porém, o bailarino deve comunicar sua técnica com sensibilidade,
satisfação e prazer, necessitando, para tanto, estar envolvido de corpo inteiro
na dança, o que pressupõe envolver suas emoções e o espírito lúdico.
Estes aspectos são, justamente, o que
justificam a inserção de atividades lúdicas nesse contexto, uma vez que, estes
elementos, por primarem pela criatividade, espontaneidade e menos rigidez,
podem abrir espaço para a manifestação pessoal mais autêntica, promovendo,
inclusive, ressonâncias significativas em todos os contextos.
De acordo com Nanni (1995), a dança pode se
tornar um meio de extravasar as tensões emocionais, assim como uma fonte de
lazer.
Sendo assim, este estudo se propôs a
investigar o significado da inserção de atividades lúdicas no contexto formal
de um curso de dança clássica, procurando ampliar as reflexões sobre o universo
pesquisado.
Metodologia
Este estudo, de natureza qualitativa, foi
baseado em uma pesquisa exploratória acerca das possibilidades de inserção das
atividades expressivas e lúdicas na dança clássica, investigando seus
significados e ressonâncias. Para tanto, foram propostas seis aulas, com 30
minutos, durante vinte dias, adaptando-se uma das manifestações culturais
relativas a esta época do ano – a quadrilha junina, em que se possibilitou,
elementos coreográficos, motores executados de forma expressiva e lúdica,
adequando-se à alusão das adaptações feitas no texto, em que, para se garantir
a especificidade temática, alguns termos foram diretamente associados aos
termos do ballet clássico, conforme se apresenta no vídeo que acompanha a
pesquisa.
O instrumento para a coleta de dados da
pesquisa foi a observação participante e a amostra intencional dos sujeitos da
pesquisa foi composta por um grupo de nove estudantes do sexo feminino, com
faixa etária entre quinze e vinte e dois anos, alunas do curso técnico de dança
do Conservatório Municipal de Música “Cacilda Becker” de Pirassununga, São
Paulo, com experiência de mais de oito anos nesta prática. O vídeo foi
realizado durante uma apresentação em uma festa junina, de uma escola de
educação infantil, CEI Castelinho, na cidade de Pirassununga, para o qual as
próprias estudantes, com auxílio de uma professora, compuseram a coreografia,
executando-a no decorrer da festa, tendo como proposta uma sátira sobre a
quadrilha junina, utilizando-se aspectos formais do ballet clássico, como
passos e seus nomes adaptados.
A pesquisa baseou-se na intenção de
explorar um momento de descontração com base em uma oportunidade sazonal, neste
caso, as festas juninas, para se buscar, nesta forma de expressão popular, um
meio de reconhecer as possibilidades expressivas que permeiam a prática de
dançar.
Os dados foram analisados descritivamente,
a partir de indicadores da observação participante e com base na prática
gravada em vídeo, em que se pode constatar uma vivência de descontração fazendo
alusões à prática em sala de aula ou do dia-a-dia de um bailarino, aproximando
a cultura formal que envolve esse tipo de dança ao contexto do que é conhecido
como expressão popular da quadrilha junina, com seus elementos lingüísticos
próprios e com o exagero nas manifestações motoras, o que deu o sentido lúdico
à atividade.
Pode-se perceber um envolvimento bastante
intenso das participantes durante a proposta, em que todas contribuíram para a
efetivação das adaptações que se fizeram necessárias, para que os passos da
dança, bem como os termos técnicos, fossem adequados às características desta
manifestação cultural.
Ficou evidente, que o elemento lúdico,
aliado à manifestação popular junina favoreceram a expressão da criatividade,
tendo em vista que as alunas extrapolaram o rigor acadêmico dos passos do
ballet clássico e penetraram em um mundo imaginário e de forte apelo criativo.
Além disto, a união das alunas em torno da tarefa desafio proposta favoreceu
aspectos referentes ao entrosamento e possibilitou trabalhar com qualidade os
elementos qualitativos dos relacionamentos interpessoais, com vistas à
cooperação. As emoções foram expressas de modo bastante espontâneo, em que o
riso, aliado às formas mímicas puderam permanecer ao longo de todo o trabalho.
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