terça-feira, 15 de maio de 2012

Acróstico


Por mais que você tenha uma vida longa
Aprenda com os erros de outras pessoas,
Nós só nos decepcionamos, com que gostamos.
Então temos que aproveitar enquanto é tempo
Levantar...sair do fundo do poço sozinho... e sempre conseguir...
Alguma vez você já se arrependeu de algo que falou dois segundos depois  de ter falado?
Se todo dia fosse perfeito, não acharíamos graça em nada!




Hino de Panelas PE


Bravos filhos da terra dos Cabanos
Berço heróico torrão divinal
De costumes ativos e soberanos
Que conquistam o mais nobre ideal

Estribrilho
Teu passado nós sempre evocaremos
Na pessoa teu fundador
Miranda sempre lembraremos
Homem forte de valor

Nós que somos teus filhos, oh, Panelas
Lutaremos para ver-te melhor
Terra brava de tantas tradições
No porvir serás sempre a maior

Estribrilho
Teu passado nós sempre evocaremos
Na pessoa teu fundador
Miranda sempre lembraremos
Homem forte de valor

Festejaremos o teu aniversário
Nesta data com todo fervor
Oh, Panelas, teu nome lendário
Simboliza a paz e o amor

Estribrilho
Teu passado nós sempre evocaremos
Na pessoa teu fundador
Miranda sempre lembraremos
Homem forte de valor


Autor: Mozart Torres
Panelas – 1970

segunda-feira, 14 de maio de 2012














DATAS COMEMORATIVAS PROFISSIONAIS ll UNIDADE



 Maio
 Junho

 
01 - Dia Mundial do Trabalho
  05 - Dia do Pintor
  07 - Dia do Oftalmologista
  08 - Dia do Artista Plástico
  12 - Dia Mundial do Enfermeiro
  15 - Dia do Assistente Social
  15 - Dia do Gerente Bancário
  16 - Dia do Gari
  17 - Dia Int. Comunicação
  18 - Dia dos Vidreiros18 emancipação politica Panelas PE.
  22 - Dia do Apicultor
  24 - Dia do Datilógrafo
  24 - Dia do Vestibulando
  25 - Dia da Indústria
  25 - Dia do Massagista
  25 - Dia do Trabalhador Rural
  27 - Dia do Profissional Liberal
  29 - Dia do Geógrafo
  31 - Dia do Comissário de Bordo
  31 - Dia das Comunicações Sociais












 
03 - Dia Mundial do Administrador de Pessoal
 09 - Dia do Porteiro
 11 - Dia da Marinha Brasileira
 11 - Dia do Educador Sanitário
 12 - Dia do Correio Aéreo Nacional
 14 - Dia do Solista
 17 - Dia do Funcionário Público Aposentado
 20 - Dia do Revendedor
 24 - Dia das Empresas Gráficas
 29 - Dia da Telefonista
 29 - Dia do Pescador
 30 - Dia do Economista
















Organize-se!


ORGANIZE-SE!
Você abriu, FECHE
Acendeu, APAGUE
Ligou, DESLIGUE
Desarrumou, ARRUME
Sujou, LIMPE
Está usando algo, TRATE-O COM CARINHO
Quebrou, CONSERTE
Não sabe consertar, CHAME QUEM O FAÇA
Para usar o que não lhe pertence, PEÇA LICENÇA
Pediu emprestado, DEVOLVA
Não sabe como funciona, NÃO MEXA
É de graça, NÃO DESPERDICE
Não sabe fazer melhor, NÃO CRITIQUE
Não veio ajudar, NÃO ATRAPALHE
Prometeu, CUMPRA
Ofendeu, DESCULPE-SE
Falou, ASSUMA
Não lhe perguntei, NÃO DÊ PALPITE!


terça-feira, 8 de maio de 2012

Apostila para o 6º ano ll unidade, artes


Cores e suas características na Arquitetura 6º ano professor Ronnie Von
A cor é um fator de estímulo num ambiente e as pessoas buscam estímulos o tempo todo. Para as pessoas sem deficiência visual, cerca de 80% do que percebem é através da visão e a cor é um atributo importante nesta relação.
A cor é um dos principais fatores determinantes da forma como nos relacionamos com nosso ambiente e o que ele nos transmite, tem influência na percepção da harmonia dos espaços e no bem estar do usuário. Podemos utilizá-la com diversos fins, para favorecer desempenho, relaxamento, atividade, etc. Nossa sensibilidade reage às cores de várias maneiras. São reações subjetivas e nossa subconsciência percebe mínimos detalhes que as vezes passam desapercebidos pelo consciente.

Além disso, a utilização de cores possui conseqüências que podem interferir e causar alterações na percepção dos usuários. Por exemplo: o uso de cores claras tende a fazer com que os espaços pareçam maiores e, as cores escuras, com que pareçam menores. Por isso, muitas vezes utilizamos cores claras em tetos para, além de auxiliar na reflexão de luz indireta, quando é o caso, aumentar a sensação do pé direito do ambiente. Superfícies pintadas com cores claras expandem, logo, parecem mais afastadas do observador. De forma inversa, o uso de cores escuras tende a diminuir os espaços, fazendo com que eles avancem em direção ao observador.

A escolha da cor a ser usada deve levar em consideração alguns fatores, são eles:

• Função do espaço: devemos tratar de forma diferente o espaço onde desejamos uma maior permanência e o local que é apenas de circulação, de passagem.

• Gosto pessoal do usuário: não podem ser ignoradas as preferências individuais no uso das cores, pois estará diretamente ligada à satisfação e bem estar do ocupante. Para evitar problemas, antes que o arquiteto inicie um projeto de interiores, o proprietário deve conversar e expor suas preferências.

• Qualidade da luz que estará incidindo sobre a cor: existem casos, onde a qualidade da luz parece superar questões relacionadas ao uso da cor, uma vez que, por exemplo, tanto um quarto pintado com uma cor quente, quanto um pintado com uma cor fria, podem ser igualmente aconchegantes, de acordo com a qualidade e quantidade de iluminação fornecidas.

Nesse sentido, cabe o estudo das cores á serem utilizadas nos ambientes, uma vez que existem diversos fatores, que conjugados irão interferir no dia-a-dia dos usuários.

Oliveira de Panelas
Oliveira de Panelas é uma das expressões de maior representatividade na cantoria nordestina na atualidade. O nome artístico é uma alusão ao município de Panelas, no agreste meridional de Pernambuco, onde nasceu, a 24 de maio de 1946. A herança artística vem do pai e dos irmãos, que possuíam forte veia poética, embora não tenham seguido a carreira.
            Oliveira de Panelas é “cidadão paraibano”, título conferido pela Assembléia Legislativa do Estado, devido à sua rica contribuição à cultura local. Está desde a década de 70 na Paraíba. Veio a convite de Otacílio Batista, para fazer dupla num programa da Rádio Tabajara, e aqui permaneceu.
            Oliveira de Panelas cantou dos 16 aos 25 anos no município de Garanhuns (PE). O convite do companheiro, com quem fez dupla durante duas décadas, surgiu em São Paulo, onde Oliveira morou por cinco anos, depois que saiu da cidade pernambucana.
            Em quatro décadas de carreira, já gravou diversos LPs e CDs entre parcerias, duplas e solos, a exemplo de Frei Damião (96), Pe. Cícero (96), Amor Cósmico (95), Campeonato Brasileiro de Viola (97), Cantoria Pé de Parede (97) e 1º Campeonato Nordestino da Viola (98), Bardo Cantador (98) e Oliveira de Panelas – 40 anos de cantoria, da série Grandes Repentistas (Selo Pequizeiro/2000). Escreveu vários livros, entre eles O Comandante do Planeta Médio (77), “Poesia Liberdade”(79), Poemas Iluminados (84), Poemas Alternativos – parceria com o poeta Zé de Souza, Na Cadência do Martelo, Dois Poetas do Povo e da Viola – com Otacílio Batista, Poeta Gozador (98). São também de autoria do fértil poeta de prosa e verso, as obras E Deus me Fez Cantador (uma espécie de autobiografia), Reflexões Poéticas, O Viajor e Caravaneiros da Luz.
Panelas contabiliza a participação em centenas de festivais de viola por todo o país. Conquistou o primeiro lugar na maioria deles. Já esteve em Portugal, Cuba e Paris. Neste último, participou do 18º Salão Internacional do Livro e deixou os franceses encantados com a sua arte, embora nesses países também existam artistas do gênero. Afinal, a arte que veio de Portugal com os colonizadores, tornou o nordeste brasileiro seu celeiro mais expressivo.
            Sintonizado com o que acontece no mundo, tendo a leitura e sobretudo os costumes e a oralidade como fonte de informação, Oliveira de Panelas detém versatilidade e estilo inigualável.   Nesse aspecto, vale destacar a performance  com o uso de atributos quase teatrais carregados de gestos, recursos necessários para quem quer ser um bom violeiro. O recurso que torna suas apresentações mais expressivas, segundo ele, é o que falta na nova geração de repentistas. “Os novos são bons e até mais informados. Falta apenas incrementar mais o gesto”, ensina.
Se o gesto é importante na cantoria, ninguém melhor que Oliveira de Panelas para afirmar. Contudo, a grandeza de sua arte se revela sobretudo na capacidade de improvisação, pautada nos mais diversos temas: a religião, as causas sociais, a política, o romantismo, a história, o cotidiano…Mas essa diversidade converge para um ponto: o homem no planeta Terra. Preocupado com as ações humanas sobre a herança divina, o violeiro reflete sobre “como seria o Éden se o homem não atentasse apenas para a tecnologia das coisas”.  Entretanto, ao mesmo tempo em que questiona os disparates sociais e existenciais, sua poesia busca inspiração no amor pela vida. “Talvez como forma de descansar dessa realidade cruel que tortura o homem, num planeta que, paradoxalmente, tem tudo de bom para toda a humanidade.”

TÍTULO: As técnicas teatrais em sala de aula

RESUMO
Nesse artigo, discutimos a influência das técnicas teatrais com exercícios práticos na colaboração do desenvolvimento para a construção do conhecimento do sujeito em sala de aula. Como a escola, uma instituição de ensino pode aproveitar tal ferramenta para propiciar, tanto para aluno como professor, as técnicas teatrais como forma de investigação do conhecimento. O teatro não só como forma de representação, mas como forma de propiciar a aproximação do indivíduo com seu próprio eu e ao mesmo tempo, descobrindo o corpo e a voz como elemento de comunicação além, de exercitar a reflexão para um senso crítico de suas ações.

Palavras chaves:  Educação, Teatro, Técnicas, Jogo, Estímulo

Introdução:
Desde o início da civilização, o homem sempre teve a necessidade de agradar aos deuses, de forma a realizar rituais com adereços, ornamentos, sons e movimentos que o auxiliassem no contato espectral. O medo, o interesse, a necessidade, os faziam se educar com seus ritos para agradar sua divindade.
De certa forma, o teatro sempre teve uma função educativa desde a Grécia Antiga, berço das artes teatrais. A produção cultural da sociedade grega foi o que determinou a formação da mentalidade do Ocidente, influenciando diversos campos da vida do homem ocidental. Nesse mesmo período percebe-se que, a partir da influência do cristianismo e do domínio e ascensão de Roma o teatro passou a ser de domínio da igreja, e as encenações de cunho religioso, serviam também, como forma de educar seus fiéis.

Com o passar do tempo, esses rituais tomaram diversas formas necessitando de técnicas e preparação para a realização do culto ou de manifestação interior, os quais serviram depois de inspiração para diversas obras da arte no mundo como um todo, onde poderíamos citar, em outra vertente, mas não tão distante do teatro, o carnaval brasileiro como forma de manifestação, e, se aprofundarmos o assunto, encontramos relações íntimas das manifestações da sociedade grega com seu ritual dionisíaco e o nosso carnaval.

Hoje, para uma sociedade desigual focada apenas no consumismo capitalista que legitima a educação como aparelho ideológico do estado, o teatro se tornou fruto do desenvolvimento e evolução da sociedade industrial burguesa, presa às novas tecnologias de comunicação. Essa sociedade industrial burguesa, em certa medida, recria o teatro e seu caráter educacional relegando-o simplesmente à função de entretenimento. Para Magaldi (1997) em seu Panorama do Teatro Brasileiro, afirma que “Ninguém, infelizmente, nos ensinou a amar o teatro brasileiro. Enquanto, nas escolas, nos transmitem o gosto pela poesia e pelo romance, nenhum estudo é feito da literatura dramática” (p.12).
O objetivo desse artigo é propiciar novas abordagens pedagógicas usando das técnicas teatrais dentro de sala de aula, e neste ponto, reunimos alguns nomes importantes como Viola Spolin, Michael Chekhov, Ingrid Koudela, entre outros, para colaborar na construção do desenvolvimento com as particularidades do sujeito, ultrapassando os interesses individuais, sobretudo, investir nas possibilidades de ruptura com a estrutura excludente que tanto são discutidas na pedagogia construtivista, tecendo novos laços entre saberes e fazeres dentro de sala de aula, sem se isolar em território didático, mas como forma de transitar os estímulos no contato, indicando novas maneiras solidários de compreensão e de construção do conhecimento dentro de uma realidade escolar e social.
Se observarmos o caminho do desenvolvimento dos alunos em sala de aula, nota-se que entre os zero e sete anos, a criança tem apenas uma educação empírica, seja da família, da comunidade que lhe rodeia e/ou até mesmo da religião, onde seus questionamentos são apenas curiosidades da fase infantil para alimentar seu universo lúdico, podendo nos surpreender com seu faz-de-conta. Em outra fase, não tão distante, entre os sete e os quatorze anos, o lúdico vem preenchido das aventuras ingênuas, sem compromisso, dando espaço para se firmar na personalidade, porém, agora com os moldes da educação formal. Já entre os quatorze e os vinte e um anos, o jovem entra em conflito para se firmar na sociedade. Seu universo é composto agora, por um plano real, aventureiro, testando os limites sociais com todas as mazelas que a adolescência permite.
As técnicas teatrais podem ser aplicadas no desenvolvimento do aluno dentro de cada fase, de certa forma, para situá-lo no caminho da sua formação e/ou transformação.
Há poucos lugares fora de suas próprias brincadeiras onde uma criança pode contribuir para o mundo em que se encontra, pois é dominada pelos adultos que lhes impõe as regras sociais. Tratar as crianças como iguais não significa que devem ser tratadas como adultas, apenas entendê-las como criança e respeitá-las como seres em desenvolvimento. Já na adolescência, o jovem esbarra em certa conduta regrada, com alterações diversas em diversos níveis, como o físico, o mental e até o social. Para Spolin (2008), “A oficina teatral pode conceder liberdade pessoal e igualdade. [...] ele se torna livre para desenvolver seu humanismo e para relacionar com os que o cercam.” (p.251). Essas mudanças contribuem para uma nova construção de conhecimento para sua formação, são essas mudanças que propiciarão a base para a próxima fase que lhes espera.
A utilização de técnicas teatrais na escola
A palavra drama vem do grego, significando ação. No dicionário o significado se transforma em gênero teatral sendo um meio termo entre tragédia e comédia. Para Desgranges em seu artigo “Abrem-se as cortinas” publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 57, ano 5 – Junho 2010 há três métodos de ensino de teatro no Brasil baseados no improviso: O Drama propriamente dito, o Jogo Dramático e o Jogo Teatral, sendo este último concebido pela educadora americana Violam Spolin e o mais usado entre professores e diretores iniciantes.
Se pensarmos as fases de desenvolvimento dos alunos em sala de aula dos zero e sete anos, podemos partir da idéia construtivista de que todo indivíduo é capaz de aprender alguma coisa com seu ambiente. Aquele que deseja é capaz de aprender e ter valor naquilo que se propõe. No teatro não é diferente. Se o indivíduo permitir, o ambiente pode lhe ensinar tudo. Talento ou a falta de, não tem influência nessa questão.
O teatro de fantoche pode ser um grande aliado à iniciação teatral podendo despertar o poder imaginativo e criativo da criança. O fantoche pode ser usado pelos professores para apresentar propostas aos alunos quanto usar os próprios alunos a desenvolverem suas histórias. O teatro de fantoche é uma forma de relaxar, estimular e desenvolver atitudes positivas e socializar crianças inibidas, tímidas, pois elas próprias podem confeccionar e contar as histórias da qual se identificam oferecendo oportunidade e enriquecendo sua capacidade de expressão e de integração ao seu ambiente.
Mas é necessário criar um ambiente apropriado como uma mini-fábrica de brinquedos artesanais ou usar o espaço da brinquedoteca para o ensinamento da confecção e manipulação dos fantoches, para que deles se alcance retirar tudo o que podem da imaginação, conforme afirma Cabicieri e Silva (2010)
Um dos principais elementos a ser alcançado é o poder de imaginação, que, tirando a criança do seu ambiente, lhe permite viver, por alguns momentos no mundo mágico do faz-de-conta: ela imagina, recria e interpreta histórias, fatos e situações.
Conforme Spolin (2008), a potencialidade de um sujeito em sala de aula pode ser evocada quando há o aumento da experienciação em todos os níveis, incluindo o intelectual, o físico e o intuitivo, sendo este último o mais importante para a aprendizagem, porém, é o mais negligenciado por acharem que é algo para privilegiados.
Neste sentido, é neste momento que a pessoa está livre e aberta para aprender, pois o intuitivo é espontâneo, imediato, e no momento que estamos livres nos inter-relacionamos com o mundo a nossa volta que está em constante transformação. Com essa realidade envolvida, todas as partes do corpo estão em conformidade de forma orgânica, despertando a descoberta, a experiência e a expressão criativa. Para a criança até os sete anos, esse momento é ideal para sua improvisação criativa em seu universo lúdico. Neste contexto, devemos reconsiderar o que é talento:
[...] às vezes em momentos como este, precipitados por uma crise, perigo ou choque, a pessoa tida como “normal” transcende os limites daquilo que é familiar, corajosamente entra na área do desconhecido e libera por alguns minutos o gênio que tem dentro de si. (Spolin, 2008 p.3)
O uso de uma especialista no jogo teatral - Viola Spolin - nos faz compreender o uso das técnicas teatrais em sala de aula através de conceitos emancipatórios e ao mesmo tempo cognitivos.

A dança e o lúdico
    O nascimento da dança nas sociedades primitivas vem de uma manifestação coletiva, construída no âmbito da cultura popular, a qual, ao longo da história, foi absorvendo novos sentidos e significados. Desde a época em que ocupava os salões das cortes, observa-se um processo gradativo de separação das classes mais pobres às mais abastadas.
    A dança era concebida como uma forma de divertimento da aristocracia, em que, muitas vezes alguns elementos visavam à afirmação do poder do grupo dominante e seu prestígio em detrimento das classes menos abastadas. Porém, isto não afastou a população em geral da prática de dançar e até hoje se observa uma constante inter-relação compreendida em um processo de circularidade cultural.
    A partir de passos, movimentos e gestos, foram sendo criadas diversas danças populares, de acordo com o ambiente no qual eram geradas, tendo como base as situações político-econômicas de cada realidade sociocultural.
    A dança se move de acordo com o tempo e espaço, desde os tempos imemoriais e, ao longo da história, vem sofrendo modificações, especialmente quando incluída nos diversos contextos sociais, como no escolar ou no âmbito do lazer.
    Segundo Sarto e Marcellino (2006), a dança é uma das manifestações humanas que mais engloba componentes lúdicos da cultura e, a não ser para o dançarino profissional, a prática de dançar fundamenta-se essencialmente no lazer.
    Matvéiev (1986) ressaltou que o prazer e a espontaneidade são elementos importantes no que tange ao desenvolvimento da parte técnica, porém, torna-se importante que todos os recursos didático e pedagógicos sejam explorados, inclusive com a inserção do elemento lúdico, o qual, pode ser um excelente coadjuvante no processo motivacional, pelas qualidades inerentes à sua característica.
    Numa tentativa de definição dos significados do lúdico, Feijó (1992) acredita que o lúdico é como uma necessidade básica da personalidade do ser humano, além de fazer parte das atividades essenciais da dinâmica.
    Campos (1986), discorre que o elemento lúdico pode ser uma ligação no sentido de facilitar a aprendizagem, relacionando a utilização desse elemento lúdico como um agente motivacional de qualquer tipo de aula.
    Para Camargo (1998), a diversão e o lúdico podem acontecer em qualquer momento do cotidiano dos indivíduos, seja nas horas de trabalho ou nos momentos de atividades apenas corriqueiras. Portanto, a atividade permeada por elementos lúdicos pode causar liberdade de ação, proporcionar prazer, ser uma fonte de aprendizado, comunicação, criatividade, entre outros, sem necessariamente ter um compromisso com a realidade.
    Marcellino (1990) vê uma possibilidade de passagem de níveis menos elaborados, para os mais complexos, com a utilização de aspectos lúdicos e reconhece, nestes elementos, um meio propiciador do espírito crítico, seja na prática ou na observação. Porém, este mesmo autor ainda busca compreender os significados efetivos deste fenômeno, visto o seu caráter abrangente, resultando em uma grande abertura de discussões acerca de seu significado e de sua caracterização, que acaba por se associar a uma infinidade de manifestações culturais construídas ao longo de gerações.
    A importância das atividades lúdicas tem sido reconhecida por muitos na esfera educacional, como instrumento para o desenvolvimento em níveis físico, emocional, social e intelectual, inserindo, neste conceito, o sentimento, a emoção e a imaginação do indivíduo.
    Segundo Almeida (1998), a educação lúdica na formação global do indivíduo, pode vir a favorecer relações reflexivas, criadoras, inteligentes e socializadoras, tornando o ato de educar em um compromisso consciente, permeado pelo prazer e pela satisfação individual.
    Para Santos e Kocian (2006), o lúdico é educativo e apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana, sendo que, na idade infantil e na adolescência, a finalidade é essencialmente pedagógica.
    Freire e Schwartz (2006) ressaltam que o elemento lúdico associado a aspectos afetivos contribui para a aquisição de habilidades específicas, privilegiando não só a construção do conhecimento motor e técnico, mas uma dimensão mais afetiva, criativa e humana.  Além disso, o lúdico é capaz de ampliar a gama de possibilidades pedagógicas, ao criar uma diversidade de ações motoras básicas motivadas pela satisfação das expectativas e pelo respeito às limitações e potencialidades. (FREIRE; SCHWARTZ, 2005)

    Por ser a dança uma das mais antigas formas de arte, onde se expressam emoções por meio de gestos e movimentos significativos, os movimentos corporais possibilitam às pessoas se comunicarem, aprenderem, sentirem o mundo e se fazerem percebidas, transcendendo, assim, o poder das palavras.
    À dança pode-se associar também um caráter inclusivo, ao trazer uma bagagem que possibilita uma forma de inserir o individuo na sociedade, criando possibilidades de transformá-lo em pessoa e a pessoa em cidadão, expressando a intensidade dos seus sentimentos e emoções. Assim, a dança é capaz de desenvolver no indivíduo aspectos sociais, cognitivos e motores, associados à sensações de prazer, o que justifica o interesse, neste estudo, em relação à importância de se associar as linguagens artísticas, estética e, especificamente, as lúdicas.
    Neste segmento, constata-se que cada grupo possui um intuito ao ato de dançar e este pode apresentar diferentes significados para quem o executa, como, a busca pela qualidade de vida, pela expressão de sentimentos, a auto-superação, a necessidade de satisfação, o que revigora a tese de que a inserção de atividades lúdicas no contexto da dança pode favorecer o aprimoramento desses aspectos, quando vivenciados, tanto no âmbito formal da educação, em cursos de formação, quanto no âmbito do lazer. Este último, por sua vez, assume diversos aspectos sazonais e dinâmicos, decorrentes de diferentes épocas e situações (CAPARROZ, 2008).
    O lazer, se faz abrangente, repleto de significados e significâncias. Este tema abre um leque de assuntos recorrentes ao nosso tempo total, tempo de trabalho, necessidades básicas vitais, obrigações sociais, tempo livre, atividades recreativas e, também as lúdicas.
    As atividades físicas, esportivas e de lazer são potencializadoras de experiências capazes de oportunizar o encontro do ser humano consigo e com seu próximo de forma sensível, espontânea e lúdica, o que é de inegável importância para os indivíduos que têm como objetivo fugir de suas rotinas diárias ou se livrarem do estresse que o seu cotidiano de trabalho proporciona (GASPARI; SCHWARTZ, 2007)
    Se um dos conteúdos culturais do lazer é o físico-esportivo, as atividades em academias (e também a dança) podem ser tomadas como veículos de difusão de novos olhares sobre as peculiaridades deste conteúdo (MARCELLINO, 2002).
    Sob o aspecto do conteúdo artístico do lazer, a dança está amplamente inserida, posto que busca expressar um desejo, uma necessidade e representando um dos meios de expressão mais acessíveis às diversas classes sociais e às diferentes cidades. Para quem a vivencia, é um dos grandes prazeres que se pode desfrutar, principalmente para aquele que atinge sensações de alegria, poder, euforia e, principalmente, quando se atinge a superação dos limites do movimento, o que pode ser exemplificado pela atividade proposta neste estudo.
    Com o objetivo de se atingir padrões estéticos de movimento, graciosidade e leveza, o ballet clássico envolve um trabalho árduo para o desenvolvimento técnico, requerendo diversas habilidades e capacidades físicas. Assim, Lawson (1984), ressaltou que com uma rigorosa disciplina, os movimentos podem perder em espontaneidade em favor da técnica e salienta a necessidade de se reconhecer o bailarino como um ser humano, antes de tudo.
    O referido autor reconhece a importância da técnica como uma possibilidade de favorecer a liberdade dos movimentos corporais, porém, o bailarino deve comunicar sua técnica com sensibilidade, satisfação e prazer, necessitando, para tanto, estar envolvido de corpo inteiro na dança, o que pressupõe envolver suas emoções e o espírito lúdico.
    Estes aspectos são, justamente, o que justificam a inserção de atividades lúdicas nesse contexto, uma vez que, estes elementos, por primarem pela criatividade, espontaneidade e menos rigidez, podem abrir espaço para a manifestação pessoal mais autêntica, promovendo, inclusive, ressonâncias significativas em todos os contextos.
    De acordo com Nanni (1995), a dança pode se tornar um meio de extravasar as tensões emocionais, assim como uma fonte de lazer.
    Sendo assim, este estudo se propôs a investigar o significado da inserção de atividades lúdicas no contexto formal de um curso de dança clássica, procurando ampliar as reflexões sobre o universo pesquisado.
Metodologia
    Este estudo, de natureza qualitativa, foi baseado em uma pesquisa exploratória acerca das possibilidades de inserção das atividades expressivas e lúdicas na dança clássica, investigando seus significados e ressonâncias. Para tanto, foram propostas seis aulas, com 30 minutos, durante vinte dias, adaptando-se uma das manifestações culturais relativas a esta época do ano – a quadrilha junina, em que se possibilitou, elementos coreográficos, motores executados de forma expressiva e lúdica, adequando-se à alusão das adaptações feitas no texto, em que, para se garantir a especificidade temática, alguns termos foram diretamente associados aos termos do ballet clássico, conforme se apresenta no vídeo que acompanha a pesquisa.
    O instrumento para a coleta de dados da pesquisa foi a observação participante e a amostra intencional dos sujeitos da pesquisa foi composta por um grupo de nove estudantes do sexo feminino, com faixa etária entre quinze e vinte e dois anos, alunas do curso técnico de dança do Conservatório Municipal de Música “Cacilda Becker” de Pirassununga, São Paulo, com experiência de mais de oito anos nesta prática. O vídeo foi realizado durante uma apresentação em uma festa junina, de uma escola de educação infantil, CEI Castelinho, na cidade de Pirassununga, para o qual as próprias estudantes, com auxílio de uma professora, compuseram a coreografia, executando-a no decorrer da festa, tendo como proposta uma sátira sobre a quadrilha junina, utilizando-se aspectos formais do ballet clássico, como passos e seus nomes adaptados.
    A pesquisa baseou-se na intenção de explorar um momento de descontração com base em uma oportunidade sazonal, neste caso, as festas juninas, para se buscar, nesta forma de expressão popular, um meio de reconhecer as possibilidades expressivas que permeiam a prática de dançar.
    Os dados foram analisados descritivamente, a partir de indicadores da observação participante e com base na prática gravada em vídeo, em que se pode constatar uma vivência de descontração fazendo alusões à prática em sala de aula ou do dia-a-dia de um bailarino, aproximando a cultura formal que envolve esse tipo de dança ao contexto do que é conhecido como expressão popular da quadrilha junina, com seus elementos lingüísticos próprios e com o exagero nas manifestações motoras, o que deu o sentido lúdico à atividade.
    Pode-se perceber um envolvimento bastante intenso das participantes durante a proposta, em que todas contribuíram para a efetivação das adaptações que se fizeram necessárias, para que os passos da dança, bem como os termos técnicos, fossem adequados às características desta manifestação cultural.
    Ficou evidente, que o elemento lúdico, aliado à manifestação popular junina favoreceram a expressão da criatividade, tendo em vista que as alunas extrapolaram o rigor acadêmico dos passos do ballet clássico e penetraram em um mundo imaginário e de forte apelo criativo. Além disto, a união das alunas em torno da tarefa desafio proposta favoreceu aspectos referentes ao entrosamento e possibilitou trabalhar com qualidade os elementos qualitativos dos relacionamentos interpessoais, com vistas à cooperação. As emoções foram expressas de modo bastante espontâneo, em que o riso, aliado às formas mímicas puderam permanecer ao longo de todo o trabalho.